A Guardiã do subsolo
Era uma vez, dois amigos, o Mokas e a Dourada. Viviam num vale encantado e pouco povoado. Todos os dias, iam apanhar amoras e cogumelos no meio do bosque.
Um dia, à tarde, quando iam para o bosque, encontraram uma Águia ferida e trataram dela. Passado uns dias, a águia recuperou e como era uma águia mágica, travou laços de amizade com as duas crianças. Encontraram-se dia após dia.
Mas uma vez, as duas crianças caíram num poço. A águia quando andava nas suas rondas viu o que aconteceu e foi espreitar como estavam. Quando lá chegou, o caso era pior do que aquilo que ela pensava, pois eles estavam presos num ramo que estava quase a cair. E acabaram mesmo por cair no fundo do poço, mas felizmente apenas ficaram com algumas nódoas negras. Eles encontraram uma abertura bastante inquietante e sinistra no fundo e, não podendo subir pelas pedras do poço, resolveram entrar nela. Repararam numa luz ao longe e avançaram chegando a uma espécie de caverna onde se encontrava um talhante, de avental, a cortar o que parecia carne. Então, dirigiram-se até ele e perguntaram-lhe onde estavam.
O homem, sorrindo maleficamente, disse-lhes que não sabia. Os dois meninos ficaram assustados e pensaram numa forma de sair dali. Sentiram uma ligeira corrente de ar que parecia vir da parte mais escura da caverna. Quando se dirigiam para lá, o Talhante começou a correr atrás deles com uma faca na mão. O Mokas e a Dourada começaram a gritar e a correr. O Talhante, furioso, perseguiu-os. Finalmente, encontraram uma saída que desembocou numa floresta do mais estranho que já tinham visto.
Podiam ver cogumelos voadores e plantas que pareciam vivas. Ao verem tudo isso, perguntaram-se que lugar seria aquele, com um rio de chocolate e árvores que pareciam ser de algodão doce. O Talhante, atrás deles, ganhava terreno, mas subitamente parou de forma inexplicável e começou a comer um pouco de tudo sem parar, não conseguindo resistir a tais delícias.
Aproveitando o que acontecera, as crianças aventuraram-se ainda mais na floresta. Ao longo daquela imensa fuga, por fim, encontraram um portal mágico, com uma luz intensa que quase os cegou. Dentro do portal conseguiram ver a sua amiga águia que lhes disse: “- Cá estão vocês, meus amigos! Tomei a liberdade de criar esta floresta para que pudessem fugir do Talhante, que na realidade é um homem muito mau que está condenado a viver nas profundezas da terra. Agora que estão livres, vou revelar-vos um grande segredo: Eu sou uma águia mágica e sou a guardiã do Talhante que por castigo deixei ficar submerso na solidão do poço. Agora, dei-lhe uma fome insaciável para vos ajudar a fugir, mas o feitiço está quase a acabar. Esta é a forma que encontrei para vos agradecer pelo que fizeram por mim, por terem sido bons e por não me terem matado.”
Entretanto o Talhante, ainda a mastigar, apareceu nas costas dos heróis ainda de faca na mão e com um ar feroz. Numa troca de olhares, a Dourada e o Mokas entenderam que só poderiam resolver o problema com luta. Quando se preparavam a enfrentar o horrível Talhante, uma luz muito forte pareceu cegar o atacante e as crianças sentiram-se a ser sugadas para o portal. Mais uma vez, a Águia mágica tinha, com um passe de magia, salvo Dourada e Mokas das garras do Talhante que ficou preso no submundo. Quanto às crianças acordaram milagrosamente na relva frente à sua casa na floresta.
Desde este dia, a sua casa transformou-se num pequeno hospital para animais onde todos os habitantes da floresta são bem-vindos e curados de graça, em honra da Águia mágica que os salvou.
Texto Colectivo da turma A do 8º ano (Janeiro 2009)
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