CAPITULO 1
O que eu esperava já veio
Era eu, o pequeno, a quem chamavam «minorca». Ignoravam-me de tal maneira que já não me importava se o fizessem ou não. Ia para um sítio onde ninguém me encontrava, nem conhecia. Só sabia uma coisa, aquele era o meu lugar especial.
A minha mãe era a minha fonte de apoio e confiança. Contava-lhe tudo com excepção do meu lugar especial.
Não sabia do meu pai, estava desaparecido. A minha mãe contava-me histórias sobre ele comigo, de que vagamente me lembrava.
Morava numa simples e vulgar aldeia, onde um segredo se propagava num abrir e fechar de olhos. Tinha o cabelo castanho que só cortava de ano em ano, olhos castanhos «quase para o preto» - dizia a minha mãe quando eu falava neles.
Estava no meu lugar especial. Ouvi qualquer coisa. Uma breve brisa a bater nas folhas secas do chão? Não. Não. Não podia ser! Era aquele que me intimidava dia e noite, o que me fazia pensar que não devia existir. Desapareceu, simplesmente desapareceu. Estávamos a 3 de Abril, o dia a que eu chamava «aterrador». Ajoelhei-me e comecei a chorar. (Continua...)
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